terça-feira, 10 de maio de 2011

Eu vim de longe,e cheguei de viagem com uma vontade imensa de te atormentar. De subir a lomba correndo na contra-mão, pelo meio da rua e driblar obstáculos, ignorando portas, maçanetas e cercas, enfim, todas essas coisas que são inexistentes em meus sonhos. Como em um passe de mágica, quero adentrar o ambiente de chão macio e brilhante no qual uma linda mocinha dorme a dois metros do chão, sobre lençóis, papéis e um punhado de sonhos. Distraída, complicada e quase-irresponsável. Cochicharia para ela uma dezena de músicas, aquelas que ela mais gosta, de tão perto que ainda seria possível sentir o calor dos meus pulmões que respirariam rápido àquela hora, tamanho o perigo da minha aventura.

Acabou de amanhecer e nada ali dentro parece colaborar para que o sol deposite seus tons de amarelo sobre aquelas brancas paredes.
E tudo ali naquele quarto estaria tão certo, tão harmonioso, tão bonito que o sol iria se dar o luxo de atrasar um pouco e, mesmo quando ele finalmente emitisse suas mornas rajadas de luz sobre ela, às delicadas persianas eu delegaria o trabalho de transformarem aquela manhã numa mais-ou-menos-noite, em tons de luz e sombra, completamente listrada.

E ela diria que foi apenas um sonho.

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